Mães em Carne e OssoNossas Colunas

Primeira semana na escolinha – por Juliana Brandileone

Arquivo 09-10-15 17 58 47

Resumo (longo porém útil) da primeira semana na escolinha.

Como disse anteriormente, essa separação de mãe e filho não é fácil! Por mais que saibamos que é o curso natural da vida, em cada despedida temporária e diária, a cada “tia” que pega seu filho no colo e sai andando, a cada olhar do seu filho para você neste momento é certamente um punhal no peito.

No primeiro dia, como tudo era novidade, ficou encantado com tantas cores, brinquedos e amigos que quando eu o deixei na salinha e disse tchau filho, ele me olhou com toda segurança do mundo e disse: tchau mamãe, te amo! Desmontei, sofri como se tivesse ouvido “te odeio”. Na saída a felicidade com que ele gritou: a mamãe chegou!! … foi sem dúvidas a paz que eu precisava no meu coração.

Segundo dia, até a porta da escola ok. Entrou valente na sala e dizendo oi aos amiguinhos. Todos ficaram espantados com a segurança dele. Juro que fui embora um pouco menos triste que o dia anterior. Cheguei em casa e fiz todo um planejamento do que ia fazer naquele meu primeiro dia sozinha, sim porque na segunda eu parecia uma ameba… não consegui fazer nada! Organizo tudo, começo a trabalhar e meu telefone toca… Quando vejo o número meu coração dispara!! “Mãe, achamos por bem você vir buscar o Gui hoje pois ele está muito tristinho e chorando, só chama por você. Não quis comer etc…” Quando ela entrou no etc, já estava eu no Mãemóvel (versão do Batman de mãe) e fui correndo pra escola. Cheguei lá e o peguei soluçando. Gente isso dói! Muito… Voltamos e ficamos agarrados até o papai chegar.

Terceiro dia. Fui a caminho da salinha e quando ele viu que eu ia deixa-lo para ir embora, se agarrou no meu pescoço e chorou. Aquilo me rachou no meio… cortar foi pouco. Sentei no chão da salinha e fui conversando com ele e, ele de poucos amigos chamava agora pelo pai. Para piorar ele chamou o papaizinho… a vontade de levantar e sair com ele nos braços foi imensa, mas resisti. As outras crianças aos poucos querendo se aproximar de mim e ele se sentiu um pouco incomodado com isso. Nesse momento chegou na sala a tia que entendi que ele mais gosta…ela chamou ele para um abraço e ele foi… começou a se soltar. Por uma hora fiquei rendida no chão com eles até que uma das tias o levou com um amiguinho para o parquinho para que eu pudesse ir embora. Não quis comer novamente porém, tudo correu bem até nos encontrarmos novamente.

Quarto dia, ops… tivemos que ir pra casa da vovó (OBAAAAAAA).

Quinto dia… aceitou o colinho da tia mas com cara de sofrimento. Chorou para entrar, logo levaram ele para o parquinho junto com um amiguinho para quw distraisse e eu fosse embora. Hoje é dia de brinquedo talvez fique um pouco mais animadinho.

Estamos na segunda semana e confesso, depois de um final de semana inofensivo e comum, a volta a escola volta a ser tensa e ter muito choro… muitooooooo.

Relatei isso para vocês pois, na verdade, gostaria de entrar mais a fundo e dizer o que realmente me passou pela cabeça e o que achei importante observar nessa primeira semana e que pode ajudar a outras mães de primeira viagem como eu.

Sobre o meu, o seu…os nossos filhos:

Eles entram na escola com a rotina que você levou séculos para construir. Hora disso, hora daquilo. De repente, pessoas estranhas, em horários diferentes, ambiente, cadeira, comida… tudo diferente. Juro, não esperem que seu filho se sinta em frente a um prato de batatas fritas. Muito provavelmente, assim como o meu, ele não vai aceitar nem o lanche que você mandou de casa! Não porque aquilo ou isso seja ruim, mas sim porque aquela não é a rotina dele ainda. Então relaxe, respeite o tempo e só garanta que ao voltar para casa ele terá o alimento saudável que precisa.

Já de cara, vi que o cocô dele alterou e, ainda não melhorou. Além da rotina alterada, alimentação diferente, o aspecto emocional também conta. Existe sim um ambiente mais propicio para vários tipos de contaminação e infelizmente não podemos criar nossos filhos em redomas. Estava com sua saúde íntegra e hoje já espirra e está com nariz entupido a noite. São chupetas trocadas e lambidas em brinquedos, ou seja, o ambiente pode ser higienizado mas, os fatos que citei são de momento e acontecem num piscar de olhos. Resta a mim amar, medicar e cuidar.

Na hora do banho, aproveite esse momento delicioso para verificar a possibilidade de algo fora do padrão. Cada mãe sabe de cada pinta do seu filho. Caso aconteça algo anormal, não se sintam chatas em escrever na agenda ou conversar diretamente com os professores. Certamente você quer que seu filho esteja bem, ainda mais longe dos seus olhos.

Prefira sempre mandar para escola seu filho limpo e cheiroso. Isso sem dúvidas é um sinal de alerta para escola do quanto você zela por ele!

Marquem todas as roupas e peças deixadas na escola. Faça uma lista de tudo o que mandou e fixe na agenda. Caso falte algo, você tem onde recorrer.
Se seu filho ainda toma leite, a minha opção foi não mandar a lata e sim aquele potinho com 3 divisórias onde marquei com etiqueta a referência da quantidade/água. Não é mesquinharia, mas o leite tá bem carinho!

Tente não enganar seu filho. Converse sobre deixá-lo na escola e depois voltar para buscá-lo fazendo com que na saída do horário da aula ele confirme aquilo que você prometeu… Você vai mas volta. Esse momento é inseguro para nossos filhos, não deixe ele sem entender o porquê você sumiu, ele tem que entender dia após dia, que é natural a separação temporária e o nosso reencontro.

Sobre a escola:

Verifique o quanto você é acolhida pela escola. Qual espaço te permitem ver e transitar. Escola que esconde espaços eu não me sentiria segura.

A adaptação do seu filho quem vai dizer se está boa ou ruim é ele. Óbvio que filho sempre prefere estar com a mãe o tempo todo e ele te mostrará isso…rs. Mas seja forte, peça auxilio e orientação a coordenação e professoras. Pergunte como foi com as outras crianças e os exemplos que podem dar. Escola que conhece seus alunos pelo nome e suas histórias, podem te trazer mais segurança.

Seu filho pode estar super adaptado e de repente ter recaídas de não querer ir à escola. Se ele já falar, converse e tente entender o motivo dele não querer ir. Não amoleça se o caso for só a vontade de ficar no colinho em casa, faça-o entender que lá é um lugar de amigos e logo estará em casa. Caso ele relate algo que ache estranho, vá atrás de explicações de seu direito. Quando a gente fala na escola que o filho conta tudo em casa, a probabilidade de te esconderem algo se torna menor. O meu, por exemplo, contou até que “titia tocou cocô do Guigui”.

Observe o ambiente e como as outras crianças se comportam. Como é a relação entre eles e com as professoras. Ver que todos se tratam com carinho e respeito é uma delícia. Podem sair algumas confusões entre eles, cabe a gente administrar e entender que estão começando a defender os seus espaços.

Olhem o ambiente também na questão de cuidados gerais. Limpeza, mofo, vazamentos e tudo mais. Ambientes úmidos e sem iluminação podem sim fazer seu filho desenvolver doenças respiratórias.

Observem também a parte de lazer. Se os brinquedos estão em bom estado ou se precisam de manutenção. Acho válido mostrarmos que não estamos pagando apenas para “deixar” o filho em qualquer lugar, queremos uma extensão de casa também!

Visitem a cozinha. Reparem se usam os equipamentos necessários para lidar com alimentos, afinal, são crianças e ainda estão em formação de suas imunidades. Limpeza, ambiente arejado, claro e aberto aos olhos de quem queira ver, não se tem muito a temer.

Enfim, só queria compartilhar o que achei importante para mim esperando poder iluminar quem vai entrar nesse mundo ainda. Como mãe, a única coisa que desejo é que meu filho cresça e se desenvolva num ambiente saudável, assim como dentro da minha casa.
Espero ajudar mais uma vez!
Beijos e bom final de semana
Ju

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