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Homem trans que deu à luz luta para ser registrado como pai do bebê

Freddy McConnell, 32 anos, jornalista do veículo inglês The Guardian é um homem trans que deu à luz um bebê.

Freddy percebeu que era homem trans (homem em corpo de mulher) em 2010, aos 23 anos.  Para iniciar seu processo de transição ele iniciou o tratamento com testosterona em 2013.

A gravidez

Com 26 anos ele procurou aconselhamento de uma clínica de fertilidade para engravidar. Na época, seu tratamento hormonal foi suspenso e o ciclo menstrual reiniciado. Ele engravidou em 2017 por meio de inseminação artificial usando esperma de um doador anônimo.

Antes de procurar a clínica de fertilidade, ele solicitou um certificado de reconhecimento de gênero, concedido antes de dar à luz. Isso significava que ele era legalmente homem quando seu filho nasceu.

Ao tentar registrar seu bebê, em Londres, na Inglaterra, o funcionário do cartório disse que ele só poderia ser registrado como a mãe da criança. Freddy insistiu que ele deveria ser registrado como pai na certidão de nascimento, mas ele não conseguiu.

Freddy entrou com uma ação contra o General Register Office, o escritório que administra os registros de nascimentos e mortes na Inglaterra e no País de Gales, relatando discriminação.
O processo seguiu até então em segredo de justiça. Ele ainda teve sua identidade e a de seu filho protegidas por uma ordem de anonimato, que impedia a publicação dos nomes, localização e sexo da criança, o que significa que eles só poderiam ser chamados de “TT” e “AA” nos relatos da mídia.

Quebra do anonimato

No entanto, organizações de mídia pediram que a ordem fosse suspensa, argumentando que McConnell não havia revelado a existência de um documentário chamado Seahorse, em que ele compartilha abertamente detalhes sobre a concepção, gravidez e nascimento de seu filho, usando seu nome verdadeiro. Todas as experiências foram publicadas no The Guardian, veículo onde o jornalista trabalha.

Apesar de alertar que ele e seu filho poderiam ser vitimados e intimidados como resultado, o pedido de anonimato foi revogado.

Respondendo à decisão, McConnell disse: “Proteger meu filho sempre foi e sempre será minha preocupação número um. Esse era o propósito da ordem do anonimato. Agora que ela foi suspensa, aproveito a oportunidade para chamar a atenção para a necessidade de igualdade nessa área da lei”.

Todavia, a decisão do juiz Andrew McFarlane, presidente da Divisão de Família da Alta Corte Britânica, sobre se ele deve ser chamado de pai da criança é esperada para o final desta semana.

Contudo, os advogados dizem que, se a alegação for bem-sucedida, a criança será a primeira pessoa nascida na Inglaterra e no País de Gales a não ter uma mãe legalmente. Outros homens trans deram à luz, mas foram registrados como mães nas certidões de nascimento.

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Fonte: Revista Crescer

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